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“Há tantos quadros na parede, há tantas formas de se ver o mesmo quadro”, começo aqui com uma citação da música Ninguém é igual a ninguém (Engenheiros do Hawaii), um breve monólogo reflexivo sobre o interior vs exterior pessoal, isto é, quem nós realmente somos contra quem tentamos mostrar ser.
Estava eu há alguns dias atrás me sentindo um tanto quanto vazio, e esse vazio já estava vindo comigo há algum tempo me tirando talvez a sanidade de saber quem “sou” eu, pois em uma busca desesperada por preenchimento, mesmo sabendo do que eu precisava, eu não buscava isso, buscava tudo o que me saltava aos olhos a fim de me preencher, mas tão somente eu me enchia e não me preenchia, me enchia de mais vazio (mentira, hipocrisia, julgamento de condenação quanto aos outros, ou seja, o pecado.) e nessa hora eu cheio do nada, me escondia de mim, dos outros e ilusoriamente tentava me esconder de Deus. Nessa hora eu me escondia atrás de uma capa vermelha, em uma roupa com um “S” no peito, com intuito de que todos os que eu estava me escondendo, me vissem, vissem o quanto eu estou forte, o quanto estou correto comigo mesmo, o quanto eu sou um Superman.
Quantos quadros como esse existe por ai a fora?! Mas o legal é que não é a pintura que perdeu a arte da beleza e sim o quadro num medo súbito mudou a moldura de como o vemos, com o homem acontece à mesma coisa, não perdemos nossa essência quando estamos mais próximo ao pecado do que da retidão de se abster do pecado, mas insistimos em não voltar à essência e simplicidade da arte em nós contida e procuramos molduras que nos deixe belo, levantamos um contraponto de valor, pois a beleza que há em nós não está nas molduras que nos vestimos a fim de que os outros nos vejam e sim na simples pintura de quem somos nós.
Talvez ser visto como o superman tenha sido a saída, mas a ignorância do pecado nos cega tanto que nem nos damos conta de que sempre haverá algo no lugar errado... superman, superman, vc é forte, mas já se deu conta de que usa uma cueca por cima da calça?! Encare isso “superman” como uma analogia da loucura causada pelo pecado, pois assim você poderá sacar o quanto o pecado bagunça nossas idéias, ser forte aparentemente e tão ingênuo é apenas moldura, então viver a aparência de ser alguém que não somos traz em algum momento uma falha, trocarmos apenas a moldura, em algum momento perderemos a beleza da arte interior e nesse momento vai ser fácil ver que a moldura quebrou, que a pintura está se estragando, que a arte da beleza contida em nosso “quadro” está se perdendo, e nessa direção de tentar mostrar aparência, nossa transparência vai sumindo, a máscara cai e o que se sobra de nossa arte é um “quadro negro em degrade, que em seus erros faz reconhecer todo tipo de pecado” (SIGMA 5), aqui acontece algo também não planejado, pois como sua moldura quebrou agora todos enxergam como está a sua pintura, todos vêem sim o quão estragado está ficando seu quadro.
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro, enquanto você vê seu quadro perdendo o brilho, enquanto os outros vêem que seu quadro não é mais admirável aos olhos, Deus vê a sua tela, vê possibilidades em renovar sua pintura, restaurar onde está estragado e de quebra te dar uma moldura transparente, uma moldura onde não haja mais tantas formas de ser ver o mesmo quadro, mas uma moldura que reflete preenchimento de beleza, “realismo”, preenchimento esse que virá de Deus pra sua vida, preenchimento esse que além de vivificar suas cores (seus dias), vai te cobrir com uma camada protetora que não deixará que seus traços se tornem vazios com pouca expressão, mas protegerá seu quadro de rabiscos tortos causados pelo pecado.
Espero que minha experiência vivida e demonstrada aqui de alguma forma te faça refletir não molduras, mas sim a essência de quem você é, se for difícil ser assim peça a Deus que te preencha e você se tornará exemplo de pintura para outros quadros, mostrará a moldura da transparência de Deus e ajudará a sanar a mente de “supermans” por ai que insistem em usar cuecas por cima da calça.
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