A Responsabilidade da Esperança
(1º Pedro 03:08-18)
Decepção tem muito mais a ver com “nós” mesmo do que com o
outro em relação a nós, pois transferir a responsabilidade que temos como
indivíduo dotado de atitude ao outro é o caminho mais curto para um
descontentamento.
Quando nos decepcionamos com alguém, geralmente culpamos o
outro por ter falhado conosco e então caímos naquela máxima de “Não espere
demais dos outros” não é verdade!?
Desculpem-me os falsos e mentirosos, mas não consigo viver
sem esperanças, não consigo viver sem acreditar (dar crédito à), sinceramente
não consigo viver sem esperar e confesso, eu espero sim do outro, porém, sei em
mim que, não caminho para não viver na inércia de esperar que ele me responda conforme eu gostaria de
ser respondido, pois tais respostas somente eu as tenho, espero, portanto que
ele responda a vida com o próprio coração, me responda com as respostas que ele
tem em si, e quando o mesmo não o faz, prefiro saber que a esperança permanece
e não a frustração acontece, difícil ótica, difícil atitude, é horrível sim
quando esperamos ouvir um SIM com todo gosto de vontade no dizer ( Igualmente o
sim que nós dizemos de nós) e o que nos vem como replica é um NÃO seco e
amargo, então a tréplica é nossa saída e geralmente ela é evidenciada em raiva,
ódio, tristeza e em muitos casos a própria violência física em seu extremo
descontrole.
Natural é decepcionarmo-nos com os outros, fácil é ser
sempre produto das ações alheias, simples e natural, talvez inconsciente,
sermos apenas prisioneiros das impressões além de nós, pois não demanda nenhum
esforço de consciência e sempre é “mais legal” em nós ter em quem por a culpa,
somos medrosos de reconhecer que se há algo errado é porque nossa percepção
deflagrou tal erro, então somos também agentes causadores e não somente
coadjuvantes ou figurantes.
Porém com um pouquinho de coragem, um resquício de coragem/atitude
é possível olhar pra dentro de si, não a fim de ver as mágoas que estão se
instalando como consequências da decepção, mas sim olharmos para as raízes
dessa tal decepção, veremos então que o agente decepcionador, somos nós mesmos,
é duro? - É fato!
Difícil olhar para si
e ser sincero consigo mesmo, fácil é transferir toda culpa e dor para outrem.
Por que digo isso, digo por que quando paramos para olhar as
causas que nos levaram a tal (ais) decepção (ões) com olhos totalmente
responsáveis por nos encontrar e não vitimados pelo acaso, pela vida, por Deus,
vemos que aquilo tudo que esperamos do outro foram apenas respostas que apenas
nós podíamos dar, por serem respostas nossas, isto é, transferimos ao outro a
dura e impossível tarefa de nos responder conforme somente nós poderíamos
fazer, pois o outro nos responderá com as suas próprias respostas e não com as
que eu tenho, dá pra sacar a raiz?
Por que sempre quem nós mais amamos são as quais mais nos
decepcionam!? Consegue responder essa a
você mesmo!?
Simplesmente por que nos sentimos responsáveis por eles e
não nos vemos responsáveis por nós em relação a eles, é uma inversão à vida,
quando deveríamos dar de nós à vida, esperamos que a vida nos de o que queremos
por que nos sentimos em um direito adquirido de que todos nos devem o que nós
queremos, lamentável quando tal ideologia é o único “software” que roda em
nossa cabeça, sadio é respondermos as nossas exterioridades com o que em nosso
interior existe. Se colocarmo-nos na situação oposta de que o outro espera algo
de nós e a gente dá o máximo que a gente pode - pois é tudo o que temos e somos
em nós - porém o outro ainda assim não se satisfaz, se frustra, qual é o
diagnóstico? Sim, o outro esperou que nós
o respondêssemos conforme somente ele pode fazer, se houve um coração grato em
si (no caso do indivíduo que espera) ele vai saber receber tudo o que o outro
der a ele com a mais benevolente gratidão e responderá ao outro, a vida,
conforme ele pode fazer, com toda sinceridade de seu coração.
Espero portanto que eu aprenda dia a dia a viver com
esperança, aprendendo que o que eu quero ouvir e que me façam, que eu faça aos
outros, pois somente eu sei a maneira que eu gosto das coisas em um todo e
aprenda a esperar do outro que ele me responda com sua total consciência de
ser, seja se a resposta coincida com a aquela que só eu posso dar, ou seja que
a resposta seja apenas conforme o que o outro pode dar, sobretudo sendo
responsável sempre por mim em relação à vida, sabendo que o que dela vem a mim
não deva ser maior em peso –valor- do que aquilo que eu tenho em mim.
Bora responsabilizarmo-nos por nós mesmos e ser a resposta que procuramos nos outros e aprendamos a esperar sim do outro, mas apenas
aquilo que o outro pode dar de si em si, com suas próprias respostas pra vida
responsável e sincero, bora aceitar o que o outro tem e dar de si por conhecer-se!
Thiago S. Reis (21/05/2014)
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